Recentemente, no dia 30 de abril, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e o presidente do Ibama, Eduardo Bim, exoneraram os dois chefes do setor do Ibama responsáveis pelas grandes operações de repressão à crimes ambientais no país.
Os atos ocorrem duas semanas depois da operação que ambos coordenaram a fim de fechar garimpos ilegais e impedir a disseminação do novo coronavírus em terras indígenas no sul do Pará.
Essa exoneração ocorreu dias depois do vice-presidente Mourão dizer em declarações que a fiscalização do desmatamento na Amazônia seria mais rígida.
Uma mobilização entre fiscais do Ibama nos últimos dias não impediu as exonerações. No último dia 21, um grupo de 16 servidores vinculados às coordenações enviou uma nota à presidência do órgão para pedir a suspensão dos processos de exoneração.
No texto, os fiscais denunciaram retaliação e possibilidade de dificultar e obstruir as investigações e as operações que já estavam ocorrendo.
A saída de Renê e Loss, que vinham dando respaldo às ações de fiscalização, é considerada por fiscais a ação definitiva para o controle ambicionado pelo governo, das atividades de campo do órgão ambiental.
Durante a campanha eleitoral de 2018, Bolsonaro reclamou diversas vezes do que chamava de “festa de multas” do Ibama.
Essas últimas decisões ocorreram de forma escrachada logo depois que a Justiça Federal do Amazonas deu um prazo de 72 horas para que o Ibama, o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) e a Funai apresentem justificativas sobre o alto recorde de desmatamento que volta a ocorrer na região amazônica neste ano.
Se relacionarmos os fatos tudo aponta para uma questão de afrouxar o sistema de fiscalização para deixar que garimpos ilegais abertos e o desmatamento desenfreado continue.
O porquê disso nesse momento de pandemia?
Devido à queda drástica de fiscalização internacional que ocorreu nos últimos dias, por conta do novo coronavírus.
Não queremos acusar ninguém de participar de uma questão de esquema de desmatamento ou algo parecido, mas não podemos ignorar o fato de que há um certo desleixo acontecendo.
Os alertas de desmatamento emitidos pelo sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) disseram que o desmatamento aumentou 51% em relação ao ano anterior. Foi o nível mais alto neste período desde o início da série, em 2016.
Os números agora só tendem a crescer por conta da derrubada dos antigos chefes fiscalizadores e a falta de fiscalização mundial.
A questão que fica é: Por que essa falta de fiscalização agora já que estava tudo planejado? Por que impedir as investigações contra as atividades ilegais?
Tudo isso nos leva ao fundo do poço com várias perguntas sem respostas. Enquanto isso, está acontecendo um crime bem debaixo do nosso nariz. O pior disso tudo, é que ninguém comenta sobre. Estamos deixando acontecer.
A Revita, recicladora de embalagens longa vida, se preocupa e pede a todos que comecem a lutar pelo o meio ambiente. Juntos podemos mais. #uniao