Dieselgate foi o nome dado pela imprensa ao escândalo que aconteceu em 2015 quando o mercado internacional se deparou com diversas fraudes nos testes de medição de poluentes por parte de empresas fabricantes de veículos.
A primeira inconsistência foi descoberta em setembro de 2015 pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos – EPA, que identificou um software instalado nos veículos a diesel do Grupo Volkswagen, que alterava os números medidos das emissões de poluentes quando os veículos eram submetidos aos testes.
A fraude foi confirmada pelo Conselho Internacional de Transporte Limpo – ICCT, em parceria com a Universidade de West Virginia, quando informaram a identificação de grande diferença entre os números apurados por eles e aqueles apresentados oficialmente pela fabricante.
Dieselgate: impactos causados pela fraude
No mês em que a fraude foi denunciada, Martin Winterkorn, presidente global do Grupo Volkswagen, renunciou ao cargo após se desculpar publicamente, e, Matthias Müller, então presidente do conselho da Porsche (empresa do grupo), assumiu o cargo de CEO do Grupo, continuando, porém, no comando da Porsche.
Naquele mesmo mês, a empresa assumiu que 11 milhões de veículos a diesel, equipados com o motor EA 189 EU5, estão equipados com o software fraudador dos níveis de poluentes. Uma semana após, a Volkswagen anunciou que 2,1 milhões de seus veículos AUDI também estavam envolvidos no escândalo, sendo das linhas A1, A3, A4, A5, A6, TT, Q3 e Q5 os modelos investigados, e 1,2 milhão de veículos da divisão de baixo custo Skoda também.
Em novembro daquele ano, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama notificou a subsidiária da empresa no Brasil sobre o pagamento de uma multa no valor de R$ 50 milhões. O motivo foi a instalação, em 17 mil unidades da Amarok, de um dispositivo que altera as emissões de óxidos de nitrogênio (NOx) durante testes, sendo essa a primeira punição relativa ao Dieselgate em território brasileiro.
A empresa ainda recebeu uma nova multa no Brasil em 2019, dessa vez no valor de R$ 7,2 milhões, da Senacom (Secretaria Nacional do Consumidor), sob a justificativa de que a fabricante “violou a boa fé que o fornecedor deve buscar nas relações de consumo”.
O Grupo Volkswagen informou, na época, uma estimativa de 6,5 bilhões de euros para reparar os veículos.
Condenada também nos Estados Unidos por manipular as emissões de gases poluentes de seus veículos, a empresa negociou acordo para pagar US$ 25 bilhões em multas e compensações pelos danos causados.
Dos 350 mil veículos a diesel que a empresa precisou recomprar, 300 mil encontram-se guardados em 37 instalações espalhadas pelo país. A visão aérea dessas instalações com esses milhares de veículos estacionados é impressionante e algo difícil de acreditar!
Dieselgate: outras fabricantes também são expostas
Desde 2015, diversas outras montadoras e fabricantes de automóveis também tiveram seus nomes expostos no Dieselgate. Algumas delas são: Mercedes, Suzuki e Renault.