O crescimento populacional, associado à falta de moradia, são os principais fatores que levam à ocupação desordenada do solo nas grandes metrópoles.
Essa ocupação, que independe de classe social, causa preocupação adicional quando ocorre em áreas naturalmente de risco, como encostas – que frequentemente sofrem retirada da mata ciliar, ficando sujeitas a erosão, assoreamento, deslizamentos, inundações e enchentes.
Os efeitos de industrialização sobre a urbanização
Quando analisamos a urbanização de países desenvolvidos, percebemos tratar-se de um fenômeno antigo, que ocorreu atrelado à industrialização.
As cidades foram se estruturando para absorver os migrantes que chegavam em função da demanda gerada pelas indústrias, e a urbanização foi acontecendo se maneira lenta e gradativa, gerando a infraestrutura necessária – moradia, água, luz, transportes, etc – e consequentemente gerando mais empregos.
Contudo, não são apenas as indústrias que atraem e conservam migrantes em determinadas regiões e cidades. A dinâmica produzida por ela favorece outros ramos da economia, como o comércio e serviços (setor terciário); não por acaso, alguns países que mais avançaram na modernização de suas sociedades também possuem o setor terciário como predominante na composição de produção de riquezas de suas economias.
Nos países subdesenvolvidos, ou de industrialização tardia, o fenômeno da urbanização ocorre agora, de maneira acelerada, pouco planejada e caótica, fazendo com que esse crescimento urbano gere consequências indesejadas, como a proliferação de favelas, ausência de infraestrutura de suporte, desemprego e criminalidade.
Características do crescimento da população brasileira
Quando analisamos o crescimento da população brasileira, podemos observar que, entre 1970 e 1980, houve um crescimento de 27,2%, e, mais recentemente, entre 2005 e 2015, o crescimento foi de 10,3% aproximadamente, demonstrando uma tendência de redução.
Segundo especialistas, nossa população continuará crescendo, porém com índice tendendo a zero, chegando a 238,2 milhões de habitantes em 2050. A partir daí, os índices passarão a registrar uma redução natural de habitantes, devendo retornar a 200,3 milhões de habitantes em 2100.
É fato que nós, brasileiros, temos muitos problemas urgentes que precisam ser priorizados e resolvidos; problemas esses causados pelo nosso despreparo diante do crescimento da população e da nossa prática de consumo.
Mas devemos também olhar para o futuro e antever os problemas que surgirão quando a redução populacional, anunciada para 2050, tiver início – e agir para minimizá-los.