A vida moderna nos oferece inúmeros benefícios disponibilizados pelo avanço tecnológico, aplicado em todos os lugares e em todos os momentos de nossas vidas – seja no trabalho, lazer, serviços de saúde, alimentação, locomoção, acesso à informação, cuidados com a higiene pessoal e da casa, etc.
Mas essa modernidade tem acelerado demais nossa busca infindável por novos produtos, serviços, experiências e emoções, causando-nos uma ansiedade muito grande e afastando-nos das coisas boas e simples da vida.
O que nos atendia há um ano, não nos atende mais hoje. O novo nos parece sempre melhor, mais simples e mais rápido; manter o velho significa gastar mais tempo – tempo esse que não dispomos. Será mesmo?
Pensando nisso, algumas pessoas decidiram reduzir um pouco essa ansiedade através de atividades simples, como reservar um tempo aos domingos para preparar o almoço da família, ao invés de simplesmente decidir sobre qual restaurante fariam a refeição do dia.
Essa atitude permitiu maior integração entre os membros da família, convidados a participar da elaboração dos pratos, proporcionando a todos verdadeiros momentos de descontração e prazer.
Com o passar do tempo, essa prática despertou nessas pessoas a vontade de cultivar temperos frescos em casa, para adicionar mais sabor à comida, e, em um momento posterior, na pequena horta doméstica passaram a cultivar também alguns legumes e verduras.
Em sua avaliação, o compartilhamento do tempo utilizado no cultivo desses vegetais, e na preparação coletiva das refeições aos domingos, permitiu relacionamentos mais próximos e elevou a qualidade de vida de todos, pois passaram a se alimentar de forma mais saudável com uso de produtos orgânicos – gerados por eles próprios.
E de repente, esse desejo por realizar uma pequena horta doméstica se propagou e, hoje, muitas pessoas são adeptas do cultivo de vegetais e hortaliças em suas casas – ou até mesmo em seus apartamentos!
Para quem resolveu – ou pretende – botar o pé no freio e cultivar produtos orgânicos em hortas domiciliares, sugerimos também considerar a compostagem doméstica.
Compostagem doméstica
A compostagem doméstica é um processo natural utilizado para transformar, em adubo orgânico, resíduos como restos de verduras, cascas de frutas, legumes, ovos, borra de café, etc.
A maneira mais higiênica, simples e que não produz mau cheiro – por isso mais utilizada em casas e apartamentos – é a vermicompostagem, que utiliza caixas com terra e minhocas para acelerar o processo de degradação da matéria orgânica.
O principal objetivo do processo de compostagem doméstica é a produção de húmus e chorume, resultantes da compostagem, podendo ser utilizado em vasos, jardins, canteiros e hortas como excelente adubo natural, mas também objetiva a destinação correta do lixo orgânico gerado na residência.
O húmus é a parte sólida, e deve ser misturado em partes iguais, para o enriquecimento nutricional da terra.
O chorume é a parte líquida, e deve ser diluído em água, nas proporções de 1 parte de chorume para 5 a 10 partes de água, e utilizado em rega diretamente no solo ou pulverizado sobre as folhas com borrifador, em intervalos de 7 a 10 dias.
Como preparar uma composteira doméstica
Para ter composteira doméstica na sua casa, são necessários:
- 2 caixas plásticas digestoras empilháveis: nessas caixas, serão depositados os materiais, resíduos orgânicos e as minhocas para que ocorra a compostagem. Devem possuir furos nas laterais para aumentar a circulação do oxigênio e furos no fundo para escorrer o chorume e passagem das minhocas entre as caixas. As caixas precisam ser trocadas de posição em intervalos de 30 dias;
- 1 caixa plástica empilhável sem furos: será utilizada para a coleta e armazenamento do chorume produzido, devendo possuir uma torneira na sua base para a retirada do líquido periodicamente;
- Substrato ou húmus de minhoca;
- Serragem de madeira;
- Minhocas californianas.
Muitos sites na internet e casas especializadas em produtos naturais oferecem o kit completo de composteira doméstica, com manual de instrução para montagem e utilização. Além dos benefícios fornecidos pelo uso do biofertilizante nas hortaliças e vegetais orgânicos cultivados na própria casa, a destinação desses resíduos domésticos para a compostagem reduz o volume de lixo que atualmente é destinado inadequadamente aos lixões e aterros controlados.
Por isso, podemos afirmar que a compostagem doméstica beneficia aqueles que a praticam, mas também beneficia o meio ambiente – e população em geral! Que tal ter sua própria horta orgânica, com seu próprio adubo?